21/11/2011

Espaços Comuns

O mundo avança, e cada vez mais o Homem perde a noção de partilha, união, convívio, e o que é viver em sociedade. Esqueceu-se que em sociedade há regras vitais para a funcionalidade da mesma, e, estas devem ser honradas.
Se por um lado as novas tecnologias vieram facilitar a vida do Homem, por outro torna-o mais isolado do próximo. (há quem se aproveite disto e da crise, como desculpa para tudo).
Poderia agora divagar sobra este tema. Mas vou optar por focar-me apenas e só no tema dos Espaços Públicos e partilha dos mesmos.
Ninguém vive isolado. Vivemos num Planeta, que temos que partilhar. Todavia, nem sempre o partilhamos ou o tratamos da forma mais correcta. Muitas vezes ainda nem o sabemos respeitar.
Mas vou ainda ser mais concreta… e reportar-me a um exemplo mais exacto e muito frequente.
Normalmente em cada local de trabalho, existe um refeitório. E tal como o nome o designa, é um espaço comum, reservado para as refeições.
E o facto de ser COMUM, implica saber respeitar por exemplo as normas de higiene. Deixar o lugar para o próximo, limpo e digno para a refeição.
Ora, esta prática infelizmente nem sempre é acatada. Há pessoas que deixam os electrodomésticos disponíveis, em meros objectos nojentos e repugnantes. Com aspectos deploráveis, e com cheiros nauseabundos, impróprios para serem utilizados.
A educação, o civismo, e o respeito não devem contemplar o seu medíocre e reduzido vocabulário. Daí não poderem passar à acção!
Lamento, lamento imenso que certas pessoas, façam no seu local de trabalho, o que não fazem em casa (ou até fazem). Mas mesmo assim, pensam sempre que os outros são seres inferiores e podem almoçar ou jantar na pocilga que eles deixam. Ou então ainda são tão distraídos, que nem reparam que há mais gente no mundo.
Bem, ainda bem que eu almoço em casa, ou ainda me posso dar a esse luxo.
O mundo não gira à volta do nosso prato!

19/11/2011

Nem sei que titulo atribuir...


Hoje li uma crónica, no jornal desportivo Record, escrito pelo seu director, (Alexandre Pais),sobre a triste e difícil situação do Carlos Martins, que gostei e subscrevo.

Na verdade, e como ele (A. Pais) mesmo diz, as situações só nos estropiam, quando na verdade somos directamente afectos por elas. Quando é na pele dos outros, entendemos, quando muito tentamos ajudar, mas na verdade é muito mais fácil despir essa “pele”.

Já pelo contrário, quando a dor, o sofrimento, a doença recai sobre um dos “nossos” (filhos, pais, irmãos ou nós mesmos), aí a porca torce o rabo e toca a mexer mundos e fundos.

No entanto, há uma coisa que me fez despertar ainda mais o gosto por esta crónica. Foi o facto de algum modo, esta situação do pequeno menino, ter mexido com os rochosos corações, desta nova “classe social”: os jogadores de futebol. Sim, se na verdade há no meio deles, meia dúzia de três ou quatro, que usam da sua imagem e do seu chamemos-lhe status, para se dedicar a causas de solidariedade(no verdadeiro sentido da palavra), outros há que só usam a sua imagem para dar mais lucro à sua conta bancária, (eu nada tenho haver com isso).

Vejamos se com esta situação, estas mentes tacanhas e medíocres, vão ser aberta e com elas as bolsas e as carteiras, para causas como estas. E que abram o coração dando SANGUE!

Sim, porque dar Sangue é dar Vida, seja a quem for.

Desejo acima de tudo que o Gustavo, e todos os “Gustavos” que passam pela mesmo situação ou idênticas, ultrapassem (e vão com certeza ultrapassar) este momento, e vivam a vida atal como a merecem… felizes e a sorrir!

Aproveito e deixo aqui, o link do site do IPS, Intitulo Português do Sangue. Visitem, e deixem a vossa dádiva.

http://ipsangue.org/ipsangue2011/

14/11/2011

Hormonas saltitantes...

“É bom estar atracado…”
E foram estas simples palavras, mas com muito significado, que um aluno me deu por resposta quando o abordei.
A chuva miudinha, o espaço restrito para as brincadeiras (pseudo brincadeiras, pois hoje em dia ninguém brinca), a as hormonas saltitantes provocam nesta juventude uma explosão de atitudes e expressões pouco ortodoxas.
Por vezes dou por mim, a olhar para eles e para elas, e em algumas coisas revejo-me. Sim, revejo-me. Na alegria da juventude, no achar tudo normal e com piada. Nas respostas prontas (mas não malcriadas), nas gargalhadas histéricas por coisas parvas, faltas em cima de faltas…
No entanto, outras situações há, que penso que se um dia tivesse feito ou dito algo do género, nem sei o que me esperava como castigo. Já mais dei respostas malcriadas, ou ofensivas querem a colegas, funcionários ou professores. Já mais namorei descaradamente em público (deixou de haver o conceito de privacidade), já mais andei “atracado” a quem quer que fosse (pelo menos que deixasse que me vissem), já mais faltei ao respeito a terceiros, nem a mim mesma.
Eu até acho, que entendo e dou-lhe muita tolerância. Falo com eles olhos nos olhos, trocamos opiniões, e permito-lhes serem eles mesmo e faço-lhe ver que os aceito tal como eles são. Embora isso não queira dizer que de vez enquanto não saia um “raspanete”.
Esta minha atitude para com os alunos, facilita-me a relação de cumplicidade que desenvolvo com eles. Mas é muito difícil… quando um menino de 13 ou 14 anos, está num corredor dum pavilhão, abraçado à sua “garina”, com a mãozita dentro das calças dela, e de bocas coladas (nem sei como respiram, dada a falta de experiência, digo eu…) , ter poder e cara para o chamar à atenção… pois já sei agora a resposta que vou ouvir: “é tão bom estar atracado”…
Sê e faz alguém feliz, mas sem te atracares demasiado…

10/11/2011

Mulheres, da minha alma...

Trabalhar com Mulheres, é tramando!
Trabalhar com algumas Mulheres, é complicado!
Trabalhar com MUITAS Mulheres, é insuportável!
Trabalhar com Mulheres mais velhas, aprende-se muito. Mas o assunto roda entre doenças, e a pior das doenças é que tem como nome: MARIDO!
Trabalhar com Mulheres mais novas, e desesperante e desgastante! Não gostam de aprender, porque acham-se sabedoras de tudo. Vivem no mundo das revistas cor de rosa, e dos reality shows… Vivem os problemas das outras (chamadas falsa solidariedade)para esquecerem que têm os mesmos problemas, e não têm coragem para os resolver!
Trabalhar com Mulheres, que em casa não têm o seu espaço, “o seu trono”, é no mínimo de cortar os pulsos às postas… Estas Mulheres, julgam que mandam, que só a sua opinião e experiência profissional é válida e única. Sentem-se insubstituíveis e as mais profissionais.
Trabalhar com Mulheres, que em casa “vestem as calças”, é divertido! Sentem-se no trabalho as “generalas” (quando nem sequer o significado de liderança conhecem), e no fundo nem de “cabos de vassoura” passam.
Resumindo, trabalhar com Mulheres, só mesmo como nas receitas de culinária: em dose q.b. , senão enjoa-se!
Como Mulher, sei que somos fantásticas profissionais, e conseguimos ser boas colegas, mas também somos MUITO PERIGOSAS..
P.S dedico este rascunho de texto a todas as Mulheres que trabalham, e todos os dias lutam, com as que só estorvam!

09/11/2011

Era terrivelmente Outuno.


Sinceramente, gosto de ir a um café, sentar-me a um canto, pedir o meu “cimbalino” e olhar, observar.
Observar o entra e sai, o porte das pessoas, o que pedem, o que vestem, a forma como se dirigem ao funcionário e lhe fazem o pedido. Mas acima de tudo, gosto de observar o rosto de cada um. Rostos fechados de preocupações, rostos, tristes, sorridentes, desconfiados. Rostos que maquiados escondem uma beleza natural, outro que escondem profundas “cicatrizes” de uma vida. Há rostos com barbas cerradas, que marcam uma vitorio ou encerram algumas derrotas.
Mas sem dúvida, em cada rosto há um olhar.
Um olhar que pode marcar a diferença.
Que transmite tudo aquilo que as palavras não conseguem definir e revelam o esqueleto da alma…
Olhar que acarinha, que adocica a frase.
Olhar que recrimina, e ultraja o momento.
Olhar que afaga, e que aproxima.
Olhar que afasta, e que executa.
Gosto de ver o brilho da pupila a cintilar no escuro. Gosto de observar as pestanas a acolherem um sorriso…
Gosto simplesmente do olhar das pessoas.
Era terrivelmente Outono…e o olhar perdeu-se no manto dourado do horizonte….

08/11/2011

A notícia corre de boca em boca...

A notícia corre de boca em boca. “Marido esfaqueia a esposa, até à morte.”
(aconteceu no passado domingo, aqui no conselho de Matosinhos)
Ouvindo isto, a primeira palavra que nos ocorre é: crueldade, que animal, que besta…
Neste infeliz episódio, os ciúmes, a falta de diálogo, a falta de dinheiro, no fundo a falta de TUDO (tudo o que implica material, afecto, etc).
No entanto a notícia torna-se mais triste, mais negra, mais horrenda … quando tudo isto foi feito ao olhar dos filhos.
E… quando este filho é “nosso” aluno, é “nosso” conhecido, é “nosso menino” a sensação é bem mais marcante, dolorosa e revolta-nos.
Hoje não me quero alargar em palavras, nem em opiniões, até porque este filho, é “um menino daqui”, e está a ser-me doloroso escrever sobre isto. Vou apenas deixar uma perguntas no ar, para quem sabe, reflectirmos e estarmos atentos ao que nos rodeia.
Que vai acontecer a estes filhos?
Como vão contornar ou derrotar, esta adversidade imposta pelo pai?
Como é que estes filhos, um dia vão ser e agir como pais?

Continuo a teimar na minha teoria: Mais que uma grave crise económica/financeira, há sim uma gravíssima crise de valores/sentimentos/atitudes/falta de humanidade e uma grande crise de vontades. Vontade de querermos crescer cada vez mais e melhor como seres Humanos.

06/11/2011

Corrida aos brinquedos.

Ontem a abertura da loja foi dada de pistola em punho. Não que o objectivo fosse matar a clientela (embora em alguns momentos … ), mas para dar inicio à LOUCA corrida aos brinquedo. Bem, esta maratona, já começa a ser mais conhecida e com maior número de participantes, que a Meia Maratona de Lisboa.
Nem o raio da crise (desculpem-me a expressão), faz com que as pessoas desçam à terra, e pensem um pouquinho.
O que levará uma pessoa a acordar de madrugada, embrulhar-se num cobertor, agarrada a um carrinho de compras e ficar até à hora da abertura de uma loja à espera para entrar? Quando esta espera, é apenas e só pelos brinquedos!!
Estaremos TODOS no barco da crise? Penso que não, se assim fosse correríamos sim aos supermercados, mas para adquirir bens essenciais, tais como pão, leite, água entre outros claro está. (como se chegou a fazer na tempo da guerra, embora ainda eu por cá não andasse)
Penso que o melhor presente, a dar às nossas criancinhas, passa pela boa educação e formação. Ensinar o quanto custa a ganhar, o quanto é difícil gerir um orçamento (mesmo o doméstico), e o quanto é importante saber poupar ou escolher no que realmente vale a pena investir.
É claro, que todas as criança têm o direito a brincar, a serem felizes… MAS isso não implica gastar rios de dinheiro, dinheiro esse que amanhã vai fazer falta para comprar um livro, ou mesmo o pequeno almoço.
Nem sei se este termo existe, mas “re ensinem” as crianças a jogar ao pião, à carica, e a fazer uma boneca de trapos. Parece estúpido, eu sei… mas já estivemos mais longe de voltar a estes tempos.
No entanto… continuemos todos felizes e sorridentes, porque já escondemos debaixo da cama a “Barbie XPTO”, a PlayStacion nº 4 ou Telemóvel de “RASCA”GERAÇÃO(mais conhecido por RG) que a nossa criancinha exigiu …
Moral da história: Lamento o amanhã destas “pobres” e vazias crianças… e entendo o desespero destes funcionários das grandes superfícies.