09/11/2011

Era terrivelmente Outuno.


Sinceramente, gosto de ir a um café, sentar-me a um canto, pedir o meu “cimbalino” e olhar, observar.
Observar o entra e sai, o porte das pessoas, o que pedem, o que vestem, a forma como se dirigem ao funcionário e lhe fazem o pedido. Mas acima de tudo, gosto de observar o rosto de cada um. Rostos fechados de preocupações, rostos, tristes, sorridentes, desconfiados. Rostos que maquiados escondem uma beleza natural, outro que escondem profundas “cicatrizes” de uma vida. Há rostos com barbas cerradas, que marcam uma vitorio ou encerram algumas derrotas.
Mas sem dúvida, em cada rosto há um olhar.
Um olhar que pode marcar a diferença.
Que transmite tudo aquilo que as palavras não conseguem definir e revelam o esqueleto da alma…
Olhar que acarinha, que adocica a frase.
Olhar que recrimina, e ultraja o momento.
Olhar que afaga, e que aproxima.
Olhar que afasta, e que executa.
Gosto de ver o brilho da pupila a cintilar no escuro. Gosto de observar as pestanas a acolherem um sorriso…
Gosto simplesmente do olhar das pessoas.
Era terrivelmente Outono…e o olhar perdeu-se no manto dourado do horizonte….

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