20/11/2010

Canudos...





















De que vale ter um canudo, se não conseguimos ver Braga?!

Imagino, as voltas que já deram a essa cabecinha menos pensadora… mas posso tentar explicar.

Sempre ouvi dizer que devia tirar um curso superior (ter um canudo); que era uma mais-valia; que não sei o quê que não sei que mais…

Se por um lado até concordo, por outro fico-me pelas dúvidas.

Ora vejamos: se há pessoas que exercem em pleno o curso, que põem em prática tudo que lhes foi ensinado e conseguem partilhar e ensinar esses mesmos ensinamentos a terceiros, e ainda vão mais á frente apreendendo e evoluindo; outras há que o curso ou o “canudo” só lhes serve para arranjar emprego. Tendo em conta que não sabem fazer o seu trabalho, ou não sabem fazer aquilo a que se propõe.

Por vezes menosprezam os ditos mais pequenos, ou porque são mais novos, ou porque não têm as ditas habilitações superiores, ou até porque lhe parece estranho ou mesmo alguém menos letrado ser inteligente.

Pois bem, mas com certeza que têm experiência profissional e algum tacto. Sim, porque em tudo na vida é preciso algum tacto, algum saber observar e saber contornar situações, e felizmente isso não se aprende nos livros ou nas grandes faculdades.

Admito que posso parecer um pouco tendenciosa, mas na verdade este texto nasce porque ao longo da vida fui-me deparando com estas situações de deitar a baixo o aparentemente mais fraco, quando na verdade sem ele o “senhor doutor”, o “senhor engenheiro”, o “senhor gerente”, a “senhora professora”, o “senhor advogado” não conseguem passar.

Moral da história, que se aproveitem os “canudos” para se poder ver mais longe, e os que não os têm, tenham pelo menos a noção do seu valor enquanto seres humanos e profissionais.

17/11/2010

Discriminação Religiosa















Discriminação Religiosa!

Até aquele que se diz agnóstico ou mesmo ateu, em algum momento da sua vida diz: “Graças a Deus” ou “Valha-me Deus”.

Mas … agora levanta-se uma questão: Quem é Deus?

Bem, pode e há mais de mil designações para Ele. Mas uma coisa é certa nunca ninguém o viu ou já?

Seja Deus Cristão, Allah , Jeová ou Protestante, somos livres para escolher aquele que melhor nos serve e o que melhor podemos servir. Somos livres para escolher e acreditar Naquele que mais feliz nos torna, e somos também livres de defender o Deus que melhor opera em nós, a capacidade de ajuda ao próximo.

Eu digo várias vezes , “SOMOS LIVRES”, porque considero ser a melhor e mais democrática forma de se acreditar em ALGO!

No entanto, há algo que me inquieta…

Se Deus se “adapta” a cada um de nós, de forma a O aceitarmos e partilharmos a nossa vida com Ele, porque é que nós Homens criamos guerras religiosas (ditas Guerras Santas, quanto a mim que me perdoe quem de direito, mas de santas nada têm), matamos e discriminamos só porque o Deus do vizinho não é do mesmo club que eu… (desculpem-me a expressão)!?

Teremos moral para poder discriminar?

Que tem o nosso Deus de melhor que o Deus do meu vizinho?

Pois bem, no minha humilde opinião, quando discriminamos, e seja lá qual for o tipo de discriminação, é porque consciente ou inconscientemente, nos consideramos mais fracos que o outro.

Ora vejamos: Se nos sentimos em alguns momentos mais fortes, (neste caso em relação à nossa crença), tentamos trazer a bem para junto de nós, quem acredita diferente. Argumentamos, para poder provar por A mais B que somos melhores.

Se nos sentimos menos que o outro, ESTUPIDAMENTE, ignoramos; discriminamos; somos cruéis com os outros, apenas e só para tentar (e mais uma vez estupidamente), não demonstrar a nossa falta de argumentos, a nossa falta de inteligência, a nossa falta de FÉ!.

12/11/2010

Pobreza e discriminação sociocultural


Diariamente somos confrontados com imagens tristes, de adultos e crianças que vivem para lá do limite que se pode chamar pouca dignidade.
É tal a pobreza, que desconhecem que existem outras formas de viver. Não conhecem o conforto de uma casa, de um aconchego, de electricidade, água e sobretudo não têm alimento. A fome é cruel e violenta. Tão violenta, que quase que transforma estes seres humanos em sombras de si mesmo.
Mas provavelmente, só vendo com alguma frequência tais imagens, é que vamos tendo consciência, de tudo aquilo que está para lá de nós. Para lá do nosso umbigo, para lá do horizonte do nosso egoísmo.
Quanto a mim, há dois tipos de pobreza. Embora ambos sejam tristes e graves.
Há a pobreza da qual já referi atrás. Aquela que nos é visível, que nos entra através dos média. E que muitas vezes está mesmo ao lado da nossa casa, ou no nosso local de trabalho, basta sabermos observar. É uma “doença” gravíssima, difícil de combater mesmo pelos países mais ricos.
A outra pobreza, é a pobreza de espírito de coração. Esta não há pão nem sopa que a alimente.
E cada vez mais acredito que a pobreza material só existe, porque a pobreza de espírito nasceu primeiro.
E para não me alargar mais, faço uma pequena ponte entre a pobreza e a discriminação sociocultural.
Quando discriminamos, quando pomos de parte, quando “rotulamos” alguém, somos sem duvida duma profunda POBREZA DE ESPIRITO.